quinta-feira, 9 de abril de 2009

Mar Nómada



Nas velas lassas que se aquietaram

Nos tempestuosos braços da brisa,
O teu olhar extinguiu memórias
Que marulhavam ao som da maresia.

A âncora quebrou elos que a navegavam
Para não mais aportar, que o casco partiu.
A madeira crepitou à fogueira e aqueceu,
Tão queimada e negra quanto o céu.

Assustaste-te com o semblante
E olhar o seu que te fitava de esperança
Oculta no vencer e teu só escolher.
Mas (oh!) escolheste mal.

Que não te molhou a espuma
O sentido trocado e deitado ao largo.
O sussurro e o grito do mar foram vãos,
E vontade ao longo da costa quedada.

Augúrio esse que não mais partiu,
Preso aos rochedos da areia.
Morreu seco o sonho que ancorou
No cais velho. E o nómada perdeu.

9 comentários:

Kath disse...

Aquele (oh!) é perfeito.

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Thanks ^^

Unknown disse...

Lindíssimo. Mais uma pérola ;)

Afonso Arribança disse...

Sem tirar nem por, ficou perfeito. :)

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Muito obrigada a ambos ^^

U disse...

Lindo :o
o final está espectacular!

Lord of Erewhon disse...

Um belíssimo poema - bem podias publicar n'O Bar.

Lord of Erewhon disse...

Olha uma coisa: não são «velas lassas»?

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

A bem da verdade, os meus termos de "navegação" andam deveras decadentes...

Sim, era "lassas" que queria escrever, obrigada ^^

Abraços!