domingo, 30 de novembro de 2014

Sonho o Inverno no teu cabelo



Sonho o Inverno no teu cabelo
Níveo, gota a gota, que derrete
Íngremes picos, frondoso gelo
Na Primavera que te acomete.

Conténs em ti a semente dita
Ser, em repouso e hibernação,
Latente, como quem hesita
Em abrir o coração.

Tão pétreo e frio,
Tão desprovido à despedida,
Toco-te o rosto, de mão estendida.

E abraço, abraço esse frio,
Que em toda a emoção escondida
Não há vazio, há vida.


sábado, 29 de novembro de 2014

Quando argumentam, as farpas rasgam



Quando argumentam,
As farpas rasgam com verdades,
Magoam e ferem a sangue
Se são susceptibilidades
O que te enche o peito.

Imolam o mesquinho da mente
Em férreo fogo, gume sagaz;
Retaliam, palavra a palavra,
Tuas, pois cada uma é capaz
De te ser íntima e derrubar.

Ao preconceito brindam,
Com veneno no vidro impregnado.
Quando o copo se partir,
Será corte e ardor danado
O da Razão.

domingo, 23 de novembro de 2014

É vazio o que enche



É vazio o que enche
O som das palavras idas,
Hirtas no significado feito
Só de letras caídas,
Sonâncias de eco mudo,
Mito que se permuta e ressoa
Naquele que é tão surdo
E Infinito.