terça-feira, 21 de junho de 2016

Há uma Sombra na solidão



Há uma Sombra na solidão,
Que, sem ser do corpo que a possui,
É do espírito assombração.

Quando no silêncio quedo
E me debruço de pena em mão,
Ela inclina-se e espreita
O que me vai no coração.

Escondo-o, que não o possa ver,
Abrigo-o do seu aperto
Voraz, que o quer sorver.

A pena desliza, letra a letra,
Transcrevendo do sentir, do pensar,
Aquilo que com dedos de aranha
A negra Sombra quer tomar.

No fim, apago a vela e fecho a alma,
Doa a solidão o que doer;
Que a Sombra feneça sem comer.

Ayalal,
25.Gozran.4699

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